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  • 02-04-2018
  • Pessoas com Alzheimer Memorizam Melhor Mensagens Cantadas

    Um novo estudo realizado pela Universidade de Boston, nos EUA, mostra que pacientes estão mais aptos a lembrar de uma informação verbal quando esta foi passada por meio da música.

    Para a pesquisa, grupos de pacientes com Alzheimer e de controle foram submetidos a testes. Mensagens foram passadas com acompanhamento musical completo, junto com letras de 40 canções na tela do computador. Para estabelecer uma diferença, 20 letras tiveram acompanhamento da música e foram cantadas e 20 foram acompanhadas de suas gravações faladas.

    As palavras cantadas foram melhor familiarizadas pelo grupo de pessoas com Alzheimer, mais do que no grupo de controle com pessoas mais velhas e saudáveis.

    Os resultados indicam uma diferença na forma de codificação e resposta à estímulos musicais em pacientes com demência. “O processamento musical envolve uma complexa rede neural que é recrutada em diferentes regiões do cérebro, afetadas em níveis mais baixos do que outras áreas tipicamente associadas à memória em pacientes com Alzheimer”, explica Brandon Ally, professor assistente de neurologia e diretor do centro de neuropsicologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston. “Assim, estímulos acompanhados por música e uma gravação cantada podem criar uma associação mais robusta do que a codificação de estímulos acompanhada apenas por uma gravação de fala”.

     

    O Poder da Música

    Mesmo diante dos danos no cérebro provocados pela doença, especialmente na memória, grande parte dos portadores de Alzheimer conserva sua memoração musical. Com o poder de fazer frente à progressão da doença, a música é considerada um dos poucos recursos terapêuticos que possui o poder de armazenar-se em áreas do cérebro diferente daquelas do resto da memória.

    A memória auditiva humana é gerada no lobo temporal, partícula do cérebro que vai da têmpora à parte de trás da orelha sendo a primeira divisão do cérebro a sofrer os estragos da doença.

    Porém, como explicar que muitos portadores de Alzheimer não saibam o próprio nome ou o caminho de casa, mas reconhecem aquela canção que os emocionou décadas atrás? E, em alguns casos, como algumas pessoas com a doença não pronunciam uma palavra, mas conseguem cantar uma música inteira?

    Na tentativa de responder a essas questões, pesquisadores de vários países europeus liderados por neurocientistas do Instituto Max Planck de Neurociência e Cognição Humana de Leipzig, da Alemanha, realizam um experimento duplo. No primeiro caso, foram procuradas áreas cerebrais que são ativadas quando ouvimos música. Por outro lado, uma vez localizadas essas áreas em pacientes com
    Alzheimer, tais regiões do cérebro apresentaram sinais de atrofia ou o contrário, como uma melhor resistência à doença.

    Como foi realizado o estudo do poder da música em portadores de Alzheimer

    Os pesquisadores fizeram 30 indivíduos saudáveis ouvirem 40 trios de canções, para localizar a região do cérebro onde a música é armazenada, onde cada trio consistia em canções de ninar e tradicionais. Enquanto isso, o outro grupo foi selecionado com músicas desconhecidas, pelo tom, ritmo e estilo.

    No experimento, também foram estudados 20 indivíduos portadores de Alzheimer e seus resultados foram comparados aos demais candidatos saudáveis descritos acima, ambos com em média 68 anos.

    Durante as sessões, a atividade cerebral dos voluntários foi registrada mediante a técnica da ressonância magnética funcional (fMRI).

     

    Contudo, entende-se que a música é capaz de despertar sentimentos e emoções que servem como porta de entrada para lembrar de momentos vividos naquele tempo. Geralmente, são recordações mais duradouras.

     


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