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  • 02-06-2022
  • Para entender demências, imagens mostram inflamação cerebral pela 1ª vez

    O novo método de ressonância magnética permite visualizar microestruturais cerebrais em alta resolução e resolve desvantagens da tomografia PET

    Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Neurociências de Alicante, na Espanha, possibilitou visualizar pela primeira vez uma inflamação cerebral através de um novo método de exame de ressonância magnética. O estudo, publicado na revista Science Advances no dia 27 de maio, pode ser crucial para mudar o rumo da instrução e tratamento de doenças neurodegenerativas.

    A inovação do exame está na forma não invasiva da ativação das micróglias e dos astrócitos, dois tipos de células cerebrais que estão na base das inflamações neurais (como AlzheimerParkinson e outras demências) e suas consequentes progressões.

    Normalmente, para caracterizar especificamente essas inflamações, é usada a tomografia por emissão de pósitrons, mais conhecida como PET. Entretanto, o seu uso está associado à exposição à radiação ionizante, e portanto é limitado em populações vulneráveis ​​e em estudos que requerem o uso do exame repetidamente ao longo dos anos.

    Outra desvantagem do PET é sua baixa resolução espacial, o que o torna inadequado para imagens de pequenas estruturas cerebrais. O novo método de ressonância magnética desenvolvido pelo estudo resolve alguns desses empecilhos, já que tem a capacidade única de visualizar a microestrutura cerebral de forma não invasiva e com alta resolução.

    “Acreditamos que usando esta técnica, podemos ter um tremendo impacto em nossa compreensão da fisiopatologia de muitas condições cerebrais e transformar o diagnóstico atual em práticas e estratégias de acompanhamento do tratamento para doenças neurodegenerativas", destaca Silvia de Santis, pesquisadora do Instituto de Neurociências de Alicante, em comunicado.

     

    Os pesquisadores também comprovaram que essa técnica pode detectar inflamação com e sem neurodegeneração, de modo que ambas as condições podem ser diferenciadas. Além disso, o método permite discriminar entre inflamação e desmielinização, que é um desgaste do material isolante dos nervos chamado mielina, processo característico da esclerose múltipla.

     

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