O envelhecimento traz consigo muitas transformações, e entre elas podem surgir algumas condições que impactam não apenas a saúde do idoso, mas também a rotina de toda a família. Uma dessas situações é a anosognosia, termo médico usado para descrever quando a pessoa não reconhece suas próprias limitações, sintomas ou até mesmo a existência de uma doença.
Diferente do esquecimento simples ou da negação consciente, a anosognosia acontece de forma involuntária. O idoso realmente não percebe que apresenta determinadas dificuldades, como falhas de memória, alterações cognitivas e até mesmo limitações físicas.
As causas mais comuns da anosognosia estão relacionadas a alterações neurológicas que afetam áreas do cérebro responsáveis pela percepção e pelo autoconhecimento.
• Alzheimer e outras demências, em que a perda progressiva da memória e das funções cognitivas interfere no reconhecimento da própria condição;
• Acidente Vascular Cerebral (AVC), quando há sequelas que limitam movimentos ou capacidades, mas o idoso não reconhece a dificuldade;
• Traumatismos cranianos, lesões podem comprometer áreas cerebrais ligadas à consciência;
• Doenças neurodegenerativas como Parkinson ou Esclerose Múltipla, que também podem impactar a percepção das próprias limitações.
Para a família, lidar com essa condição pode ser bastante desafiador. Muitas vezes, o idoso insiste que “não tem nada de errado”, o que gera frustração, preocupação e até conflitos no dia a dia. É importante compreender, que ele não está sendo teimoso: trata-se de uma alteração cerebral real, que exige compreensão, paciência e acompanhamento especializado.
Aqui na Primaveras, o cuidado com idosos que apresentam anosognosia envolve atenção individualizada, ambiente seguro e suporte profissional contínuo. A equipe de enfermagem e cuidadores são preparados para lidar com essas situações, ajudando o idoso a manter sua rotina de forma digna, enquanto a família recebe orientação para compreender melhor o processo.
O mais importante é lembrar que, mesmo diante da anosognosia, o idoso continua sendo alguém cheio de histórias, afetos e necessidades emocionais. Por isso, carinho, respeito e diálogo são tão essenciais quanto os cuidados médicos.
Dicas práticas para familiares de idosos com anosognosia
1. Evite confrontos diretos: em vez de corrigir ou insistir que o idoso “está errado”, prefira respostas acolhedoras.
2. Use a empatia como ferramenta: lembre-se de que ele não está negando por teimosia, mas por não perceber suas limitações.
3. Mantenha uma rotina estruturada: horários fixos para refeições, medicamentos e atividades reduzem a confusão e trazem segurança.
4. Priorize a comunicação simples: fale pausadamente, com frases curtas e claras.
5. Conte com apoio profissional: psicólogos, neurologistas e cuidadores especializados podem oferecer estratégias personalizadas.
6. Cuide de você também: familiares também precisam de apoio e momentos de descanso.