O preconceito contra a idade ainda é um tema pouco falado no Brasil
Robert Neil Butler (21 de janeiro de 1927 – 4 de julho de 2010) foi médico, gerontólogo, psiquiatra e autor americano. Conhecido por seu trabalho sobre as necessidades sociais e os direitos dos idosos e por suas pesquisas sobre envelhecimento saudável e demências, foi o precursor no uso do termo etarismo para descrever a discriminação contra adultos mais velhos.
Etarismo é a discriminação contra indivíduos ou grupos etários com base em estereótipos associados à idade. O etarismo é um preconceito ligado diretamente a discriminação em relação a idade de qualquer pessoa.
Nos últimos anos, aqui no Brasil, podemos dizer que avançamos bastante nas discussões e ações implantadas em relação as diferentes formas de racismo. Porém, pouco se fala ou se faz em relação a discriminação de pessoas mais velhas. Precisamos, urgentemente, mudar velhos julgamentos e preconceitos que herdamos de gerações passadas. Chegou o momento de enfrentar a discriminação etária com uma nova compreensão do envelhecimento.
De acordo com a American Psychological Association o preconceito de idade é uma questão séria, que deve ser tratada da mesma forma que a discriminação baseada em gênero, etnia ou orientação sexual, por exemplo. A organização chama atenção na necessidade de aumentar a consciência pública sobre os problemas que o preconceito de idade gera. A população de idosos continua crescendo no mundo todo, encontrar maneiras de minimizar o etarismo é cada vez mais importante e deve estar nas agendas de todos os líderes.
Envelhecer não deve ser visto como um fardo negativo. Envelhecer é libertador.
Envelhecer é saber e aprender. Envelhecer é uma vitória.
Já não é novidade que em futuro próximo teremos muito mais pessoas idosas do que jovens. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no Brasil 13% da população tem mais de 60 anos, sendo que a partir de 2031 haverá mais idosos do que crianças e adolescentes, e em 2042 essa população alcançará o número de 57 milhões de brasileiros.
Viveremos mais e melhor!
Nossa forma de envelhecer mudou. Iremos viver mais e com melhor qualidade de vida. Podemos dizer que amadurecer hoje é muito diferente do que foi para nossos pais. Acesso a informação, liberdade de expressão, liberdade sexual, o protagonismo da mulher, o empreendedorismo, entre outros, são alguns temas que nos proporcionaram uma nova perspectiva de vida após os 40 anos.
Se vamos viver mais, iremos trabalhar mais. O Brasil já caminha para este cenário em relação a reforma da previdência e ao modelo de educação. Ao contrário da geração passada que começava a trabalhar entre os 15 e 16 anos, atualmente, a maioria dos jovens começam a trabalhar com mais idade, e com isso levarão mais tempo para se aposentar.
No campo profissional vivemos um cenário desafiador cheio de contradições e preconceitos, onde adultos mais jovens tem dificuldades em encontrar emprego sob a justificativa de que são menos experientes. Enquanto adultos mais velhos tem problemas para conseguir promoções, encontrar um novo trabalho ou mudar de carreira.
De acordo com o site etarismos.com.br alguns países já estão trabalhando com uma agenda mais complexa, envolvendo a questão do envelhecimento, já que há uma tendência global a um aumento na longevidade do ser humano.
Para combater o etarismo, temos que começar a mudar nossos conceitos dentro de nós mesmos. O preconceito está a nossa volta. Temos o hábito de julgar que uma pessoa acima dos 50 anos é velha, que uma pessoa acima dos 60 anos é incapaz e, que jovem é sinônimo de qualidade e velho de defeito.
Vale lembrar que são inúmeros os casos de profissionais de sucesso após os 40 anos. Entre eles:
A melhor forma de evitar o etarismo é disseminar informações pertinentes ao tema, com objetivo de trazer para a população mais conhecimento e um novo olhar sobre o processo de envelhecer com qualidade, produtividade e respeito.