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  • 22-06-2021
  • Depressão em idosos: não é frescura, é coisa séria!

    Nesse texto trataremos de um assunto super importante, que é a depressão em idosos.

    Envelhecer é inerente aos seres humanos. Todos nós nascemos, crescemos e envelhecemos, enquanto a vida segue seu fluxo natural. Nesse processo, cada fase é acompanhada de seus desafios e mudanças de perspectivas e, na terceira idade, não seria diferente.

    É geralmente nessa fase que ocorre a chegada da aposentadoria, que os filhos casam ou, simplesmente, saem de casa, que a perda de entes queridos começa a acontecer de forma mais constante, além do aparecimento de possíveis problemas de saúde e limitações físicas que podem vir com a idade. Todas essas mudanças podem ter um impacto muito grande nas pessoas, ocasionando episódios preocupantes de depressão em idosos. Uma doença perigosa e, muitas vezes, negligenciada, mas que merece toda a nossa atenção.

    Veja esses dados sobre o crescimento da população idosa no Brasil:

    • Em 1980 eram cerca de 7 milhões de pessoas com 60 anos ou mais;
    • Em 2010 esse número já estava quase na casa dos 20 milhões;
    • a projeção é que em 2050 sejam mais de 60 milhões de brasileiros nessa faixa etária.

    Fica evidente a importância dessa faixa etária em nossa sociedade. Trabalhar para o envelhecimento saudável dessa população é uma questão de saúde pública. Dessa forma, a depressão em idosos deve ser debatida e divulgada para que a população como um todo possa identificar os sinais de depressão e buscar tratamento adequado sempre que for necessário.

    Sinais e características da depressão em idosos

    Os médicos alertam que mesmo pacientes sem nenhum histórico de depressão ao longo da vida, podem apresentar um quadro de depressão na terceira idade e essa é, inclusive, uma das doenças mentais que mais atinge os idosos atualmente. A sua prevalência na população vai variar de acordo com as condições de vida de cada um.

    • Apesar de associada aos jovens, são os idosos que lideram o ranking dos mais afetados pela depressão. Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde, realizada em 2019 pelo IBGE, a doença atinge cerca de 13% da população entre os 60 e 64 anos de idade.
    • De acordo com o artigo da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, em idosos que têm contato com familiares ou estão inseridos em uma comunidade, o número de casos fica em torno dos 15%. Já em pacientes hospitalizados, com problemas de saúde, esse número pode chegar a até 50%.

    A depressão na terceira idade pode ser dividida em dois grupos:

    • Idosos que nunca tiveram um quadro de depressão e passam a ter, por conta das mudanças e acontecimentos da vida. Nesse cenário, a depressão em idosos está relacionada com as dificuldades trazidas pelo envelhecimento, como limitações oriundas de doenças físicas, perda do papel social, problemas cognitivos, dentre outros.

    • Idosos que já apresentavam um quadro de depressão ao longo da vida, evidenciando o peso de um componente hereditário nessa reincidência. São aqueles que apresentam casos prévios de depressão, que podem ou não ter sido tratados e ligam o alerta para o risco de cronificação da doença.

    Diferente dos casos em pessoas mais jovens, que apresentam outras características, a depressão em idosos se caracteriza pelas frequentes queixas de dores pelo corpo, falta de apetite, falta de energia para as atividades diárias, insônia, etc. Esses podem ser sinais de depressão e devem ser observados com atenção.

    É comum ainda que, ao vivenciar essas sensações, os idosos acabem se isolando e demonstrando apatia em relação à vida. Nem sempre os sinais clássicos de depressão, que envolvem tristeza, angústia e crises de choro, vão ser expostos imediatamente nos casos de depressão na terceira idade. Isso não significa que a doença seja menos grave nessa faixa etária, pelo contrário, as tentativas de suicídio, um dos grandes riscos da depressão, são mais comuns em idosos do que em pessoas jovens.

    Como prevenir a depressão em idosos com o envelhecimento saudável

    Além da qualidade de vida, a depressão em idosos pode ser um fator agravador para outros problemas de saúde. Isso porque o cenário causado pela doença, faz com que as pessoas desistam de se cuidar, dificultando o tratamento de outros males. Alguns estudos já relacionam a influência negativa da depressão no prognóstico de pacientes que sofreram infarto, por exemplo. Mas quando falamos em envelhecimento saudável como forma de evitar o aparecimento de uma série de doenças, inclusive a depressão em idosos, é importante lembrar que não estamos falando de uma fórmula mágica. Ninguém envelhece do dia para a noite, logo, envelhecimento saudável é um processo que devemos começar bem antes, adotando hábitos como alimentação equilibrada, atividade física regular e preocupação com a saúde mental ao longo de toda a nossa existência.

    No entanto, se esse não é o seu caso, não pense que é muito tarde para começar. Os benefícios de hábitos saudáveis, como a atividade física, são amplamente estudados e comprovados como forma de prevenção da depressão em idosos. Além disso, considere o espaço onde você vive como parte importantíssima da sua saúde mental.

    Estar em um ambiente que lhe traga bem estar, estímulos e convivência em comunidade é muito importante para manter a mente sã. Cultive bons relacionamentos e hábitos saudáveis. Sem esquecer de atividades que estimulem também a interação social, como cursos, viagens e até trabalhos voluntários. Planeje a sua aposentadoria para que, com a chegada dela, você ainda possa se manter ativo e funcional. Encare a terceira idade como uma fase da vida que ainda pode e merece ser vivida com planos, relacionamentos e metas!

    A participação da família na prevenção da depressão em idosos

    Além da questão da presença e do carinho, a família tem outro papel importante na prevenção da depressão em idosos: estar atenta aos sinais. Como foi dito anteriormente, nem sempre os sintomas da depressão na terceira idade são aqueles clássicos que envolvem tristeza e melancolia.

    Então qualquer mudança no comportamento deve ser vista com atenção e cautela. É comum tratarmos como “coisas da idade” quando uma pessoa que sempre foi gentil se torna mais hostil ou coisas do tipo, mas isso também pode ser um sinal de alerta.

    A depressão em idosos pode inclusive ser confundida com demência, por também provocar falhas de memória. Portanto, busque sempre acompanhamento médico e, em caso de um diagnóstico positivo, siga o tratamento corretamente. A depressão é uma doença grave e de difícil aceitação, mas ela tem cura!

    Com o uso de medicamentos adequados sob orientação médica, terapia e adaptações no estilo de vida  é possível viver uma vida plena e feliz na terceira idade.


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