Episódio apresenta detalhes da jornada do ator Alexandre Borges, que suspendeu a carreira artística por um período para cuidar da mãe, vítima da doença https://cnnbrasil.com.br/saude/cnn-sinais-vitais-aborda-perspectivas-sobre-a-doenca-de-alzheimer - O que acontece quando a memória, uma palavra que remete a vários sentimentos e recordações, vira um sinal?
De forma poética e, ao mesmo tempo em uma narrativa leve e objetiva, o ator Alexandre Borges aborda, ao lado do cardiologista Roberto Kalil, questões que envolvem a doença de Alzheimer no episódio desta semana do CNN Sinais Vitais.
O episódio apresenta detalhes da jornada do ator Alexandre Borges, que suspendeu a carreira artística por um período para cuidar da mãe, vítima da doença.
“Nesse momento, você começa a reavaliar quais são as suas prioridades na vida. Eu acho que o fato de eu ter parado, interrompido algumas coisas, pelo fato de eu ser filho único, para mim não é nada heroico. Para mim, eu vejo como uma obrigação de filho. Eu vejo como uma gratidão, uma retribuição, um amor num momento em que quem te deu tanto amor, quem te criou, te ensinou tudo na vida, precisa de você”, conta Borges.
O geriatra Alexandre Busse, pesquisador sobre memória e envelhecimento na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), explica que a origem do nome da doença “Alzheimer”. “Vem do neuropatologista que descreveu a doença, Alois Alzheimer, um alemão que fez a descrição dessa enfermidade lá por volta de 1907, mais ou menos, e publicou os resultados. Ele identificou essa neuropatologia e alterações que acontecem no cérebro de uma pessoa de cinquenta e poucos anos. Ter sinal de demência era raro de acontecer nesta idade”, destaca.
O programa mostra os avanços da medicina na identificação da doença. O diagnóstico pode ser feito a partir de problemas clínicos, principalmente, na memória e dificuldade de memorização. Existem testes que permitem avaliar se a memória e o raciocínio de uma pessoa estão de acordo com a idade.
“A doença de Alzheimer começa 20 anos antes das manifestações clínicas”, explica Ricardo Nitrini, neurologista, professor da USP, fundador e coordenador do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento do Hospital das Clínicas de São Paulo.
“O diagnóstico precoce não modifica o prognóstico porque nós não temos um tratamento. Existe uma postura da classe médica de que não tem o que fazer, mas tem o que fazer. Tem que fazer cedo, exercitar a memória para postergar os declínios clínicos”, acrescenta (veja entrevista no vídeo acima).
Embora não existam medicamentos capazes de frear a evolução do Alzheimer, a agência sanitária dos Estados Unidos, Food and Drug Administration (FDA), aprovou uma nova droga com potencial ação biológica chamado Aducanumab.
Na quadro clínico associado ao Alzheimer, ocorre uma deposição anormal de placas amiloides, um tipo de proteína do cérebro, e que são características da doença. Este novo medicamento é capaz de retardar a progressão da doença, ao invés de apenas atenuar os sintomas, como os fazem os fármacos existentes.
“Existem elementos contraditórios e favoráveis à aprovação, mas é fato que foi aprovada nos Estados Unidos, submetida à Anvisa e aguarda liberação. Uma droga antimieloide é válida pra quem? Quem são os pacientes que vão se beneficiar deste tipo de intervenção?”, pondera Orestes Forlenza, psiquiatra e coordenador do Ambulatório de Psiquiatria Geriátrica do Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria.
Roberto Kalil aborda também a atenção necessária aos cuidadores dos pacientes com Alzheimer, uma vez que a doença exige esforços emocionais, clínicos e psicológicos. Em muitos países, já existem planos nacionais para demência, que ajudam tanto os pacientes como também os cuidadores.
Os especialistas também falam sobre as principais formas para manter a saúde do cérebro e preservar a memória. “Durante nossa vida, a gente pode fazer muitos exercícios para a memória pensando em prevenir. Tem algumas coisas que são fundamentais e as pesquisas mostram isso: manter o cérebro ativo com leitura, aprender novas línguas, novas coisas, fazer um curso e, o principal, sempre em grupo. Quanto mais relações afetivas a gente tem, mais a gente exercita a memória”, diz Busse.
“A melhor forma de agir e não ter medo do diagnóstico é se organizar o quanto antes em direção ao tratamento e prevenção. Não adianta querer fugir da doença porque senão ela vai se impor”, acrescenta Forlenza.
Com a participação de pacientes e familiares, o episódio apresenta as melhores formas de lidar com a doença. Pacientes com Alzheimer podem ter lampejos de lucidez e o afeto contribui para a saúde e qualidade de vida.
Fonte CNN
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