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  • 18-08-2023
  • Termos e Expressões Etaristas que você deve Abandonar

    10 frases estereotipadas para retirar de vez do seu vocabulário

    Os idosos representam quase 15% da população brasileira, estão cada vez mais ativos nas redes sociais, redescobriram o prazer na melhor idade, encontraram novas perspectivas na aposentadoria e, apesar das estatísticas de aumento da longevidade, ainda sofrem com o preconceito.

    O processo de envelhecimento, embora positivo para muitos brasileiros, pode vir acompanhado de julgamentos discriminatórios que tentam definir como as pessoas idosas devem agir. A esses apontamentos, é dado o nome de etarismo.

    Conforme descrito no Relatório Mundial sobre Idadismo, da Organização Mundial de Saúde (OMS), o etarismo se refere a “estereótipos (como pensamos), preconceitos (como nos sentimos) e discriminação (como agimos) direcionadas às pessoas com base na idade que têm”.

    Essa prática pode assumir muitas formas, desde condutas institucionais até atitudes individuais – você já deve ter ouvido por aí um ou outro termo etarista carregado de intolerância.

    O melhor caminho para a conscientização é combater o problema no dia a dia, abandonando práticas que afetam negativamente a vida das pessoas idosas. Pensando nisso, sugerimos uma lista com termos e expressões etaristas que você precisa deixar de usar para não perpetuar o preconceito.

     

    Você não tem mais idade para usar isso

    Infelizmente, a frase ainda é muito comum e constantemente repetida, especialmente quando pensamos em corpos femininos. É preciso deixar claro: homens e mulheres têm o direito de vestir ou fazer o que bem entenderem.

    Afinal, qual a idade limite para usar vestidos e saias curtas, roupas coladas ou decotadas, tênis coloridos e camisetas bem-humoradas? Quando devemos deixar de adotar certos comportamentos ou hábitos que não atrapalham nossa saúde e servem apenas para nos divertir? A resposta é: não devemos. E ninguém tem nada com isso.

     

    Você deve ter sido muito bonito(a)

    O que parece um elogio, esconde uma indelicadeza atroz. Aqui, fica implícita a ideia de que, para ser belo (a), é necessário ser jovem. E, além disso, que o envelhecimento vem acompanhado de um processo de “perda da beleza”.

    Veja, por que não dizer apenas “você é tão bonito (a)”? A beleza pode existir em todas as fases da vida, além de ser absolutamente subjetiva e diversa. Não há mais espaço para esse tipo de expressão.

     

    Você não aparenta ter essa idade

    Mais uma frase carregada de estereótipos que associa uma pessoa mais velha a uma coisa feia ou errada. É quase como se aparentar sua real idade fosse motivo de preocupação, que devesse ser escondido – ou retardado.

    Um envelhecimento saudável, com respeito ao processo e de olho nos cuidados necessários para com a saúde não é nada problemático. Pelo contrário, ele pode ser muito prazeroso. Novamente, qual o incômodo de estar com a aparência da própria idade?

     

    Solteira(o) nessa idade?

    Diferente dos produtos nas prateleiras do mercado, os seres humanos não possuem “prazo de validade”. Especialmente quando falamos sobre relacionamentos amorosos. E nesse caso, a frase costuma ser recebida com mais frequência pelas mulheres.

    Ao longo da história, a sociedade impôs obrigatoriedades e tentativas de controle das mulheres em muitos aspectos, principalmente com relação ao seu corpo, comportamentos, desejos e sonhos. É hora de parar com isso. É preciso respeitar as escolhas individuais das pessoas, independente da idade.

     

    Tá querendo parecer mocinha/garotão

    A partir dessa frase extremamente etarista, surge um questionamento: quais comportamentos definem a juventude? Gostar de sair, se relacionar, viajar, encontrar os amigos? Ou trocar de carreira, estudar, começar um novo empreendimento?

    Não existe uma idade pré-definida para embarcar nesses e outros exemplos de atividades prazerosas. Nenhuma delas é exclusiva da juventude. Aqui, não há nada de sensato. É puro julgamento.

     

    Depois de uma certa idade…

    Uma das frases mais repetidas mundo afora e que, novamente, tenta separar em caixas ou categorias os seres humanos de acordo com a sua idade. É hora de mudar esse disco.

    Explorar diferentes aspectos da existência humana durante o processo de envelhecimento não deve ser motivo de vergonha. Antes ou depois de “uma certa idade”, há vida para viver. E é isso que importa.

     

    Desculpa perguntar, mas quantos anos você tem?

    Majoritariamente direcionada às mulheres, a expressão atribui ao envelhecimento um sentimento de culpa, quase ofensivo. E a frase que já começa se justificando com um pedido de desculpas acaba nada bem.

    A idade é só um número. Por quê deveríamos pedir desculpas quando perguntamos sobre isso a alguém? O que há de errado em ter 50, 60, 70 ou 100 anos? Nada. Assim como não há nenhum problema em ter 20, 30 ou 40 anos.

     

    Ela poderia ser mãe dele

    Nesse caso, endereçada especificamente às mulheres, o termo é o puro suco do julgamento machista. Seu objetivo é única e exclusivamente inferiorizar mulheres que se relacionam com homens mais novos por conta da sua idade.

    Quando duas pessoas com mais de 18 anos decidem partilhar de uma relação amorosa, é porque há sintonia, acordos e, principalmente, interesse. E, assim sendo, a diferença de idade pouco importa. Será preciso explicar o óbvio?

     

    Só vai velho naquele lugar

    Assim como não existem atividades ou comportamentos exclusivos à juventude, não existem locais destinados a apenas uma faixa etária. Essa é só mais uma definição preconceituosa.

    Não limite as pessoas a sua certidão de nascimento ou a quantos verões ela acumula. A troca, a conversa, o debate entre diferentes gerações pode ser muito enriquecedor, independente do lugar onde ele acontece.

     

    Ele(a) não entende dessas coisas porque está velho(a)

    Qual a idade adequada para se interessar, por exemplo, por videogames? Ou por redes sociais? Ou, quem sabe, por aplicativos de namoro? Assim como as outras gerações, os idosos estão cada dia mais conectados e imersos na tecnologia. E não há nada que os impeça de ficar por dentro dos assuntos tidos como “da juventude”. A pergunta que fica é: por que não incluí-los no debate do momento?

    Lembre-se: ninguém, além de você, pode decidir se você está velho demais para algo!

    Apesar do etarismo ser considerado um crime no nosso país, muitos atos preconceituosos continuam acontecendo. Porém, é importante lembrar que a Constituição Federal proíbe qualquer tipo de preconceito em relação à origem, raça, sexo, cor e idade de um indivíduo, com pena de reclusão de 6 meses a 1 ano, além de multa.

    Segundo o Estatuto do Idoso - Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 -, é considerado crime “discriminar pessoa idosa, impedindo ou dificultando seu acesso a operações bancárias, aos meios de transporte, ao direito de contratar ou por qualquer outro meio ou instrumento necessário ao exercício da cidadania, por motivo de idade”.

    Além desse estatuto, outros recursos também estão disponíveis para ajudar no combate ao etarismo em nossa sociedade:

    • Delegacias do Idoso: espalhadas por diversos municípios;
    • Disque 100: número para denúncias de violações aos Direitos Humanos.

    As denúncias podem ser feitas de maneira anônima. A central do Disque Direitos Humanos recebe ligações diariamente, 24h, inclusive em finais de semana e feriados. Não deixe que este tipo de discriminação continue ocorrendo, denuncie!


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